# Medo de Errar


Jamais tive medo de errar. Com meus primeiros erros, aprendi a construir segundos e terceiros até os dias atuais. São Impressionantes; como os erros mudam pessoas. Somos tão humanos quando erramos que fico satisfeito de ter sangue. Com o primeiro erro que me lembro muitíssimo bem, aprendi a compreender as pessoas e tocá-las sem me aproximar. A sentir suas dores e chorar pelas suas almas, orar em favor delas e construir perante meu corpo uma proteção chamada paixão que me domina ao ver uma flor desabrochar ou um pássaro voar. Como são mágicos! Mais, aprendi a ouvir e pensar no que quero dizer sem ser manipulado por outrem, a parar tudo o que estou fazendo para atender um chamado de desespero e sentar perante um desesperado para abraçá-lo em silêncio.

Jamais tive medo de sonhar. Com meus primeiros sonhos, aprendi a construir um mundo incrível e aos meus olhos, tão desejável quanto o ar. Toquei minha inspiração, guiei por mares desconhecidos uma própria vida conforme abria os olhos para mim. Sem deixar que os a minha volta sentissem minha doçura e meus afagos. Reconheci que não sei o que é justo ou a verdade. Tornei-me um réu, não um juiz. Tornei-me passador de meu próprio livro, leitor de minha própria vida, gritando meus sonhos e dissipando as trevas que meus olhos tapavam. Compreendi tanto com meus erros e meus sonhos do que em toda uma vida. Meu único e maior medo sempre foi tocar. Tocar as pessoas literalmente. Descobri que para isso, precisaria me tocar tarefa tão difícil quanto buscar o fim dos céus. Meus sonhos me incentivaram a buscar sem medo de errar e pensar muitíssimo antes de agir, mas, tocar. Tocar as pessoas como se precisasse delas para viver. Tocar-me, como se conseguisse mais sabedoria ao sentir meu calor. Tocá-los, como se desejasse sentir temperaturas diferentes.

Jamais tive medo de amar. Na verdade, já tive sim. Medo de me aproximar, medo de me entregar, medo de ser submisso, de precisar e de chorar as noites claras pela falta de alguém. Ter por não tocar e ter por não conseguir, lema tão frustrante. Meu medo tão flamejante. Mas, descobri que era egoísta. Que pensava muitíssimo em mim. E isto foi um erro. E um sonho. E uma vontade. Decidi. Repensei. Meus valores precisaram ser atualizados e muitos deles jogados fora. Que é mesmo o amor? Acaso saiba a resposta, preciso dizer-te que não sabes nada do amor. Uma vez um me descreveu o amor. Como era tolo. Éramos tolos. Não compreendemos nem a vida, tão mais o amor! Meu medo tão crescente é compreender por que amo e quem eu amo. É medonho amar alguém com motivos para isso. Gostoso é escolher alguém na rua, aleatoriamente, e amar. Amar, como se os céus cinza pudessem se tornar esverdeados (sempre amei esta cor). Perdi o medo de amar, quando perdi o medo de errar e o medo de sonhar. Aí fica a receita, para quem um dia desejar amar.

Jamais tive medo de ser eu. Quando quero posso ser irritante e abraçar-te. Poder beijar-te e também lhe expulsar de perto de mim. De filosofar ou rir como um louco. De demonstrar minhas sensações humanas e meus comentários críticos.

Mas ainda não descobri o significado da palavra jamais. Jamais é muito tempo para trás. E também para frente. Nunca no presente.

Por: tsonhador.

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